Entrada de um novo Demônio

Esta tudo tão perto de acontecer, Pandora uma nova integrante que estava prestes a adentrar a sua guilda ficava cada vez mais excitada ao saber que algo tão bom e tão forte poderia estar prestes a acontecer. Com os lábios tão vermelhos quanto o próprio sangue e um vestido tão longo e preto ela caminhava sob os arredores do que digamos que seria uma espécie de cubo com formas idênticas ao seu envolvo. Uma ventania a cada passo da bela mulher surgia e uma tumba ressonante a chamava:
-Hum… O que é aquilo?-Questionou a linda morena dando vagarosos passos a frente. Aos poucos ela empunhou a Dark O’Poison e observou o que tinha a sua volta. Sem ter visto nada a mesma aproveitou e abriu  o tecido de seu vestido deixando as pernas a mostra para caso algo que tivesse por vir a mesma tramaria uma emboscada. Pé a pé ela fintava seus olhos aos mais diversos fragmentos existentes como o chão e também o céu. Cansada a tal se sentara e ficava olhando porem o que ela mais queria não viria e muito menos o que esperava era como se, tudo que aquela planejasse fosse ruir ou então não tivesse dado certo:
-Mas que droga! Onde vou entrar, nesta porcaria de cubo…-Falou a mesma começando a ficar nervosa. As mãos tremiam e o copo começava a ficar azulado. Aos pés dela aquela pensava que já era hora em se transformar em Oni (demônio japonês), mas não era algo normal talvez um distúrbio de seus próprios hormônios. Com as mãos pálidas e ainda limpas a moça colocavas próximas ao rosto e esperava a má energia passar. Será que aquilo realmente passaria? Tremendo ainda aquela se levantou e atacou a espada a sua frente:
-DROGA!!!!!!!!!-Urrou com raiva ela. O vestido começava a tomar uma coloração mais expensa e os cabelos foram aumentando em volume e ficando mais negros que o ébano e a boca que era vermelha tornou-se azul fazendo assim a segunda forma manifestada. A tatuagem que acompanhava “em tempos em tempos” tampou seio e tórax da jovem.

Sentado na poltrona, com as pernas cruzadas sobre a mesa de basalto negro à sua frente e os cotovelos curvados, deixando as mãos atrás da cabeça com os dedos entrelaçados. Era nesta posição que Blake se encontrava, indiferente a tudo como sempre, situado no seu gabinete. Conseguia ouvir alguns passos fora da sua fortaleza, o imponente Cubo que alojava a sua guilda, a sua mais grandiosa obra de arte. Planejava tornar aquele sitio mais acolhedor. Talvez pintar as paredes de pedra cinzenta de outra cor, uma cor que fosse mais convidativa a qualquer um que entrasse no local. Os passos no exterior do Cubo continuavam e tornavam-se cada vez mais frustrantes. Pareciam bloquear a criatividade do mago, como uma barragem bloqueia um rio de fluir.
Cansado daquele barulho decide saltar pela janela, na tentativa de descobrir a sua fonte. Colocando as mãos sobre as paredes grossas de pedra este começava a deslizar, até tocar com os pés no solo firme. Colocando as mãos nos bolsos começava a andar em volta da base da Tartarus, encontrando uma jovem de pé empunhando uma espada. Era realmente dotada de uma beleza formidável, a sua pele azulada e o vestido que lhe realçavam as linhas do seu esbelto corpo fariam qualquer homem padecer. Os olhos de Blake arregalavam-se um pouco mais a cada passo que dava em direção da garota. Aproximando-se um pouco mais, desta vez pelo lado direito, começava a cheirar o seu odor. As suas narinas pareciam bailar a cada lufada de ar que tomava, cada pensamento criativo que aquele belo aroma lhe trazia.
- "Hey, o que está fazendo aqui?" - perguntava, enquanto a continuava a cheirar sem se preocupar com qualquer pensamento vindo dela.

Ao ver que a mulher se contorcia no chão, Blake colocava as suas mãos nos seus ombros, na tentativa de a acalmar e antes que esta caísse no chão ele apanhava-a gentilmente. Ela era evidentemente um demónio assim como ele e todos os outros na guilda e consequentemente era sua obrigação ajudá-la. A pele da jovem começava a clarear, tornando-se quase tão pálida como a dele, à excessão de uma marca azulada que ficava presa no corpo, como se a metamorfose estivesse sido interrompida. A sua expressão de dor logo se transformava em sadismo, num riso psicótico de gargalhadas sonoras que se podiam certamente ouvir por toda a floresta.
- "Gostaria, de uma hospedeira ou melhor um demônio japonês em sua guilda? Sou aquela que é capaz de fazer qualquer um se arrepender dos seus atos, porem a minha dor de cabeça que me atrapalha as vezes." - dizia ela, ainda gargalhando algumas vezes pelo meio da frase. Mais uma vez se começava a contorcer e esta foi a gota de água. Preocupado com o estado psicológico da garota este pega nela, deixando-a numa posição confortável entre os seus braços, e logo saltava para dentro do seu gabinete, pela janela de onde saíra. Deitando-a sobre o chão este dobrava os seus joelhos, enquanto a observava.
Após vê-la cuspir todo aquele sangue e os seus cabelos formando uma palavra ilegível, pelo menos para ele, no seus escritório, este afastava-se um pouco, indo buscar um copo de água com algumas pedras de gelo dentro. Logo aproximava-se da garota, entregando-lhe com um sorriso no rosto em sinal de amizade.
- "Claro, todos os demónios são bem vindos à Tartarus e foi por esse motivo que eu a fundei, para acolher os demónios necessitados. Eu irei ajudar-te no que puder, e quanto a essas dores de cabeça... Bem, acho que não poderei fazer muito... Tens a certeza de que estás bem?" - perguntava, dando de costas e dirigindo-se então à sua mesa, onde pegaria o carimbo.
- "Onde e de que cor vais querer a marca da guilda?" - completava, rasgando mais uma vez um sorriso.